200 milhões de dólares seria o total estimado do rombo que Mário Kértèsz deixou para os munícipes de Salvador, no tempo em que foi pela segunda vez prefeito da capital baiana*, entre 1º de janeiro de 1986 e 31 de dezembro de 1988. Ao mesmo tempo, tornou-se um dos mais bem-sucedidos empresários da Bahia, com negócios varios – inclusive no setor dos meios de comunicação de massa.

Agora ele é novamente candidato a prefeito, com o slogan “Chame Mário”. Depois de anos alimentando sua campanha à frente da rádio que comprou a partir daquela época – e cacifado pelo PMDB de Geddel Vieira Lima e do vice-presidente da República, Michel Temer.

É estranho que o jornalismo da chamada grande mídia de Salvador (jornais, TV e rádio) mantenha o véu sobre aquele escândalo ao eleitor que deverá escolher daqui a dois meses o mandatário da cidade. Principalmente o eleitor jovem, que pouco ou nada sabe sobre a história política recente.

Qual é o currículo político de cada um dos 6 candidados e vices que formam as chapas que concorrem ao posto político mais importante do município? Por que o jornalismo dos jornalões e da TV pouco informam ao eleitor?

Sobre Kértèsz, para tentar cobrir a lacuna (ou seria omissão?), este site publica a partir de hoje e até meados de setembro uma série de materiais. Quase tudo, fruto de trabalho jornalístico de autoria deste que aqui escreve – à época repórter do jornal A Tarde.

A denúncia contra Kértèsz partiu da Procuradoria Geral do Município, que desde 1990 cobra na Justiça a devolução aos cofres públicos do dinheiro fruto de dívida considerada fraudulenta deixada por ele. O estrago feito às finanças do município depois que ele saiu da prefeitura faz do dinheiro movimentado pelo mensalão do PT em julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) uma fichinha.

Os dois primeiros materiais é um texto editorial de A Tarde e a primeira matéria ali publicada. Uma síntese do assunto, atualizado doze anos depois, foi publicada em reportagem do jornal Província da Bahia, e aqui mesmo neste site disponibilizado em 11 de julho. Clique nos links para ler.

  • (*) Mário Kértèsz foi primeiramente prefeito biônico, no tempo da ditadura militar. Apadrinhado politicamente pelo cacique Antônio Carlos Magalhães, foi sumariamente demitido por seu mentor em 1981, na sequência de duas semanas de quebra-quebra de ônibus na capital baiana, que foi então ocupada pelas Forças Armadas, resultando em vítimas fatais da violência que se abateu sobre a cidade.
  • (*) O título original deste post foi alterado em obediência a decisão liminar parcial da juíza Maria Fátima Monteiro Vilas Boas, da Justiça Eleitoral da Bahia, de 2/09/12, em ação do empresário Mário Kertész que solicita a censura deste site.