As matérias linkadas a seguir a este post foram originalmente publicadas no, à época, mais importante jornal da Bahia e do Nordeste/Norte – A TARDE. Revelam o esquema montado por Mário Kertèsz (prefeito de Salvador entre 1986 e 1988) e um pool de empreiteiras que resulta em uma dívida para o município simplesmente impagável.

Mário Kertèsz assinou, inclusive ao apagar das luzes no último dia no cargo – 31 de dezembro de 1988, véspera do reveillon – uma série de contratos que autorizavam tais empreiteiras a sacar, diretamente na boca do caixa de bancos, a totalidade dos recursos financeiros municipais, oriundos do Fundo de Participação dos Municípios e da arrecadação de ICMS. Neste 2012 ele quer novamente voltar ao cargo, pelo PMDB de Geddel Vieira Lima e do vice-presidente do Brasil, Michel Temer.

Significa dizer que os prefeitos que o sucederam não dispunham de dinheiro algum para as despesas públicas – folha de pagamento de pessoal, obras ou investimentos, por exemplo. Se quisessem receber algum, a Prefeitura depois de Kertész tinha que, pelo amor de Deus!, se dirigir às empreiteiras, para que essas decidissem o que deixar nos bancos para a administração pública.

Este escrevinhador, à época repórter, foi designado pelo diretor de redação de A Tarde para cobrir, aprofundar o trabalho de reportagem e investigar o esquema denunciado como fraude. Que trazia prejuízos à população de Salvador estimado, à época, em 200 milhões de dólares.

Evidente que Kertèsz, cujo projeto naquele ano era sair candidato a Governador da Bahia na chapa com Antônio Carlos Magalhães ao Senado, reagiu. Nas matérias deste post e nas que serão aqui divulgadas nos próximos dias, você acompanha o desdobramento das investigações jornalísticas sob meu encargo e as tentativas de Kertèsz de desqualificar tanto o trabalho judicial quanto o jornalístico.

O que motiva isso? Tornar público o que gente poderosa quer omitir do público – uma das funções do jornalismo. Lição de casa que até agora a cobertura de ditos jornalões e TVs de Salvador tem tido preguiça ou má-vontade de fazer. Não somente em relação a Kertèsz, mas também aos demais candidatos ao cargo político mais importante da cidade.

(*) O título original foi alterado em obediência a decisão liminar parcial da juíza Maria Fátima Monteiro Vilas Boas, da Justiça Eleitoral da Bahia, de 2/09/12, em ação do empresário Mário Kertész que solicita a censura deste site.