Se for candidato esse boneco de biruta derrota Bolsonaro por 148% a 20

Estou em Nova York, sonhei com Jair Bolsonaro na manhã em que ele discursou na assembleia anual das Nações Unidas e, assustado, quebrei um dente.

The New York Times, em matéria jornalística sem opinião, descreveu positivamente sua postura como “desafiadora” e crítica [ao status quo].

Ao contrário do que fez o “Consórcio de Veículos de Imprensa” no Brasil, sediado no eixo Rio-São Paulo. Cuja narrativa é difundida pelos veículos dependentes país afora, por setores da oposição bolsonarista em redes sociais e em salas de aula nas “escolas de comunicação”.

Levanto uma hipótese para a histeria toda. Como a dos “7 de Nova York”, grupelho pequeno-burguês de manifestantes pagos pela mulher de Caetano Veloso, Paula Lavigne. Que de forma psicótica, berrou na passagem por aqui do presidente da República ser ele um “assassino”, “genocida” etc.

A hipótese é: com três anos levando porrada no lombo diuturnamente sob orientação do “Consórcio” que representa o velho status quo, Bolsonaro demonstra resiliência eleitoral para a disputa daqui a um ano.

Artistas produzidos por Lavigne, órfãos das milionárias verbas patrocinadas por governos anteriores; o establishment da velha ordem político-econômica , acadêmica e cultural, saudoso do projeto criminoso de poder comandado em 13 anos consecutivos pelo “lulopetismo”, tem toda razão de espernear.

E mentir. Tenta contorcer dados, distorcer fatos, números da realidade.

Houve 600 mil mortes no Brasil pela pandemia da Covid-19? A culpa é de Bolsonaro! Parou de chover na cabeceira dos rios, gerando seca e escassez de energia? A culpa é de Bolsonaro. Meu pé tá doendo? A culpa é de Bolsonaro!

Minha opinião sobre o tema já expressei neste blog variadas vezes. Leia aqui. E aqui.

Hoje há evidências de que Jair Bolsonaro ainda goza de estofo e prestígio para derrotar qualquer um dos que neste momento se apresentam como oposição a ele nas eleições de outubro de 2022.

E quanto às “pesquisas” de opinião divulgadas com desenvoltura desde março de 2021 pelo Consórcio de Mídia?

Quando se diz “Consórcio de Mídia” leia-se Cosa Nostra. O conglomerado privado tradicional cujo negócio é vender versões de fatos, ditas notícias, e entretenimento para uma audiência que luta por cativar.

Foi assim quando se conglomeraram contra a constitucionalidade das políticas de ação afirmativa para negros e índios no Brasil. Leia e relembre.

Os veículos tradicionais de mídia, organizados em “Consórcio” desde o início da pandemia em 2020, tinham mesmo de associar-se contra o inimigo comum: o primeiro presidente da República que decidiu cortar privilégios de verbas públicas e demais benesses e vassalagens a que esses veículos sempre tiveram acesso em governos anteriores ditos “de esquerda”.

No segundo mês em que tomou posse, fevereiro de 2019, Bolsonaro ordenou o cancelamento de uma reunião agendada no Planalto entre o diretor financeiro ou algo que o valha da holding Globopar com o secretário do Presidente da República, cuja pauta seria debater a manutenção ou ampliação da tradicional fatia de publicidade do governo e estatais a que a Globo sentia-se no direito de ter.

Bolsonaro modificou a norma que assegurava de forma patrimonial a grandes veículos impressos, como Folha de S. Paulo, O Globo, O Estado de S. Paulo, a obrigatoriedade de as empresas e bancos inscritas na Bolsa de Valores e S/A (sociedades anônimas) publicarem todos os anos os seus balanços financeiros e sociais naqueles veículos.

Ora, essa era uma das principais fontes de receitas dos veículos impressos no Brasil. Os balanços por vezes, a depender do valor/tamanho da empresa-banco, ocupavam 20, 30 ou mais páginas inteiras na edição. Muito dinheiro cativo, para a fortuna dos donos daqueles veículos.

De repente, com Bolsonaro, para cumprir a obrigação legal de tornar públicos seus balanços, bancos e empresas S/A nada mais pagam: a nova regra contenta-se com a publicação digital na Internet. What´s up?!

Como propôs Leonel Brizola (1922-2004) quando candidato à Presidência na campanha de 1989, Bolsonaro ousou desafiar o mais politicamente nefasto conglomerado de mídia talvez do mundo: a Rede Globo de Televisão (ver “Beyond Citizen Kane“, de Simon Hartog).

Bolsonaro é ameaça à Globo: em 2022 – ano de revisão da concessão pública dada ao grupo de Roberto Marinho – disse que vai exigir o estrito cumprimento da lei de concessões para exploração de canais de radiodifusão. Procedimento ao qual seus antecessores, por medo ou cumplicidade, fizeram vistas grossas.

Qual é o truque utilizado por esse establishment que vê desde a eleição do ex-capitão seus interesses econômicos, financeiros, políticos e falácias acadêmico-culturais contrariados? Travestirem-se em defensores de causas iluministas.

Não se trata de um debate ideológico, stritu sensu, entre direita e esquerda.

A CPI da Covid no Senado, decisões de ministros do Supremo Tribunal Federal, o isolamento por policiais militares de uma praia em Fortaleza por ordem do governador do Ceará para que um ex-presidiário desfrute-a privativamente com sua nova amante: nada disso guarda relação com ideologia.

Restrito e fechado grupo de porta-vozes, ou melhor, comerciantes da suposta causa da “diversidade” – como é a de maior representação negra na política e no mercado -, sediado também esse no eixo Rio-São Paulo, é chamado a banquetes de fundações “de fomento” e “apoio” internacionais. Folha de S. Paulo, por exemplo, coopta agora velhas raposas para enfeitar seu Conselho Editorial.

Carimbar o representante legitimamente eleito pelo voto popular de “golpista”, “fascista”, “assassino”, “genocida”, “ameaça à democracia” virou mantra.

Democracia de que o establishment, nunca o povo popular, vinha desfrutando antes, empreiteiras e especuladores paparicados e vitaminados por gestões corruptas e corruptoras. Que somente não transformaram o Brasil numa Venezuela ou numa Argentina porque prevaleceu a Constituição, removendo Dilma Rousseff do poder em 2016.

Presidente pratica esporte preferido de novaiorquinos e visitantes: comer pizza na rua a $2,50 a fatia

Março de 2021 é um marco porque foi quando, numa sucessão de ataques ao juiz Sérgio Moro e à Força Tarefa da Operação Lava-Jato sediada em Curitiba, os ministros do STF decidiram reabilitar eleitoralmente Luiz Inácio Lula da Silva.

Nos três anos antecedentes Lula teve sua condenação confirmada e reconfirmada por colegiados de desembargadores em Porto Alegre, ministros encastelados em Brasília (DF) do Superior Tribunal de Justiça e, em medida de habeas corpus contra sua prisão, pelo mesmo STF.

De hora para outra nada mais vale. Os recursos gastos com a Operação Lava-Jato vão pras cucuias, sob o sofisma de “parcialidade” do juiz de primeira instância e da “incompetência” do fórum de Curitiba para julgar as denúncias apresentadas pelo Ministério Público Federal do Paraná.

Quais evidências, um ano antes do pleito para a sucessão de Bolsonaro, o mantém como forte candidato à reeleição?

A primeira: o Consórcio que desde sua vitória eleitoral em 2018 nega a legitimidade de sua vitória não conseguiu derrubá-lo, apesar do cerco ferrenho à sua administração. Faltam ainda alguns meses para seu intento.

A pantomima da CPI comandada por acusados de meliantes parece não ter sido suficiente, visto que não há até agora provas irrefutáveis de crimes previstos em lei que levem ao impeachment.

Bolsonaro vem impondo derrotas sucessivas a seus adversários à esquerda, ao centro e à direita – que inclusive flertam com setores militares a fim de desacreditar o presidente.

Segunda evidência: a economia do país, mesmo ante os impactos negativos da pandemia do SarsCov-2, mantém-se das mais robustas no conjunto da América Latina, perante fracassos estrondosos na Argentina, na Venezuela, no Chile, Peru, Bolívia, Equador etc. Ver o atualíssimo relatório do Fundo Monetário Internacional sobre o Brasil, que ressalta:

“O desempenho econômico tem sido muito melhor do que o esperado, em parte devido à resposta política enérgica das autoridades” [à pandemia].

Terceira evidência: os putativos adversários de Bolsonaro até agora elencados terão muito, muitíssimo trabalho para convencer a maioria do eleitorado de que são melhores para o país que o atual presidente.

O conjunto das evidências aponta para uma disputa dificílima, sejam quais forem os nomes que constarão das urnas. Bater Bolsonaro requererá de seus oponentes habilidades mágicas, de ilusionistas, para convencer a maioria do eleitorado. Coisa que o Consórcio até o momento fracassou.

As “pesquisas” alardeadas até aqui afirmam com a falácia “se as eleições fossem hoje” – enfatize-se o hoje – que o atual chefe do Executivo seria derrotado por qualquer um. Até se um boneco de biruta de posto de gasolina disputasse contra ele o derrotaria!

É mentira que sejam “pesquisas”, mas os veículos sonegam ao público essa verdade: são sondagens realizadas a partir de questionários indutivos, fechados, que colhem respostas momentâneas por telefone de entrevistados. Interessante: em toda a minha atribulada vida nunca me telefonaram nem conheço ninguém que tenha sido até hoje.

Ainda assim, pesquisa requer rigor, que demanda tempo e investimento, coisa diferente de uma sondagem espontânea de resultados imediatos para consumo específico.

Essas sondagens continuamente, desde março, colocam Lula, ex-presidiário, de repente reabilitado e de coxas admiráveis,  como já eleito (“se as eleições fossem hoje!”, dizem). Ele, como senadores, ministros do STF, deputados, sequer podem circular num aeroporto e pegar um avião de carreira…

Ao contrário do atual presidente, que tem agregado multidões nas ruas a seu favor, por onde vai Lula não corre o risco de aparecer em público.

Por conta do estigma que carrega, de ser um ladrão, um corrupto e manipulador, evita ser vaiado. Em recente périplo por Estados da região Nordeste, sua ex-base de apoio – porque no Sudeste, Sul e Centro-Oeste é execrado – sua estratégia foi evitar expor-se ao povo, optando por conchavos e jantares em palácios com caciques corruptos do mesmo naipe – a exemplo, na Bahia, do medíocre senador Otto Alencar.

Olhando friamente o quadro: Lula é o adversário dos sonhos de Bolsonaro. A recíproca não é verdadeira porque, de fato, Lula poderia derrotar qualquer um facilmente.

Qualquer um, menos o ex-capitão do Exército ungido com 10 milhões de votos – repita-se: 10 milhões! – à frente do fantoche lulista Fernando Haddad em 2018.

Lula sabe que o jogo com Bolsonaro é bruto, como deve ser numa disputa em que está em jogo o controle do poder de um país da dimensão – política, estratégica, econômica, social – do Brasil.

Como catalisador da oposição, ele tem analisado a dimensão do apoio popular gozado por Bolsonaro nas recentes manifestações a favor da democracia, da liberdade de expressão e do respeito à Constituição, constantemente desrespeitada por ministros do STF – principalmente as do recente 7 de setembro em São Paulo e Brasília,

Manifestações interpretadas com narrativas de sinais trocados pelos associados daquele Consórcio. Esses queriam o caos e a baderna para, de vez por todas, enterrar a faca novamente no estômago de Bolsonaro. Frustradas suas expectativas, restou menosprezar o povo, como tem feito há meses.

O povo não é bobo!