Leio entrevista de Carlos Ayres Britto, que presidiu o STF (Supremo Tribunal Federal) no período em que este ganhou a visibilidade pública hoje adquirida, a partir do julgamento da ação penal 470, o “Mensalão” do Partido dos Trabalhadores.
Britto foi voto de minerva para condenar altos figurões da República, empresários e publicitários, seguindo o relator Joaquim Barbosa.
Para o ex-ministro do Supremo o presidente Jair Messias Bolsonaro deu as costas para a Constituição, por atos, fatos e palavras.

Bolsonaro tem cometido crime de responsabilidade, cuja sanção prevista em lei é sua remoção da Presidência da República, cumprido o rito do processo de impeachment.
Processo somente possível se recepcionado por maioria da Câmara dos Deputados e, depois, pelo Senado Federal. Por ser mais político que jurídico.
Isto é, por atos, ações e palavras – ainda mais na administração da crise sanitária da Covid-19 -, se levado a tribunais judiciários Bolsonaro habilita-se a responder por crimes vedados a quem ocupa o alto cargo de presidente do país desde 2019.
Por óbvio este escrevinhador jamais desejaria estar submetido à Presidência desse homúsculo.
Já que legitimamente ele derrotou a aliança que governou o Brasil nos 16 anos antecedentes na esteira da indignação contra a corrupção, o desemprego, o assalto à Petrobras, às velhas raposas políticas, à total falta de segurança pública – tudo exposto a partir dos movimentos de rua de 2013 e, a seguir, pela chamada Operação Lava-Jato -, penso seria o caso de impedir sua reeleição.
Não pelo impeachment, improvável de ser aceito neste 2021 pela maioria dos congressistas em Brasília. Com a qual Bolsonaro alinhou-se, próceres das velhas raposas que condenou em campanha eleitoral, numa volta de 360 graus, para safar-se a si e a seus filhos parlamentares envolvidos em transações suspeitas de criminosas.
Bolsonaro tem de ser derrotado é nas urnas de 2022.
Mas por quem?
Dos nomes e partidos até agora apresentados como opositores ao projeto político bolsonarista nenhum, nenhumzinho, tem mais autoridade moral que o atual presidente da República.
Equivale dizer: moralmente igualam-se.
Para derrotar Bolsonaro nas urnas em 2022 a oposição, seja no campo das esquerdas – no conjunto completamente desacreditadas pela maioria dos eleitores -, seja no centro do espectro político – já que a direita local e internacional está com o ocupante do cargo – têm pouco tempo para construir uma alternativa eleitoralmente viável.
A eleição de Joe Biden, nos Estados Unidos, guardados os devidos contextos, mostra que a moderação deve ser a principal moeda na conquista do voto do eleitor.

Que, separado dos extremos de um lado e de outro – os fanáticos identificados por “petralhas” e “bolsominhos” -, é um eleitor moderado em maioria.
O (ou a) candidato(a) que pode derrotar Bolsonaro nas urnas deve distinguir-se por qualidades difíceis na esfera política. Tais como honestidade, ficha limpa, desprendimento com pautas radicais ou de cunho culturalistas.
Não ser um(a) aventureiro(a) ou voluntarista político é condição sine qua non.
“O (ou a) candidato(a) que pode derrotar Bolsonaro nas urnas deve distinguir-se por qualidades difíceis na esfera política. Tais como honestidade, ficha limpa, desprendimento com pautas radicais ou de cunho culturalistas.”
Seria o Messias, então???
Messias é o próprio Bolsonaro!
Vade retro!!!
Pelo que eu entendi não se deve ir contra o sistema.O toma lá dá cá pra as pautas do executivo andar, independente se é em pró do Brasil, o chefe do executivo tem que se alinhar as velhas raposas pra ter a tal governabilidade.Proposta de governo com ideal utópico nem pensar, nossa cultura é outra .rsrsrs
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