
Lula e Maluf se dão as mãos na campanha que elegeu Fernando Haddad em 2012 prefeito de São Paulo pelo PT
É DE SE CONJECTURAR. Sob responsabilidades da Justiça baiana, estaria Paulo Salim Maluf, 86 anos, atrás das grades neste momento, condenado em última instância pelo STF por crimes cometidos quando prefeito de São Paulo em 1993?
Na Bahia, por que não apenas a Justiça – constantemente mal avaliada pelo CNJ, Conselho Nacional de Justiça – no conjunto funciona sempre a favor dos detentores do poder e dos ricos? Sua testosterona é rala para esses por vício ou deformação acadêmica?
Também o Ministério Público estadual, os Tribunais de Contas e, no caso de Salvador, capital, a Procuradoria Geral do Município (PGMS) compactuam com os mal-feitos?
Maluf, a partir de São Paulo, é o mais célebre representante do velho estilo caucasóide “rouba mas faz”, que grassa entre os políticos profissionais e que encanta o povão.
Mas a Bahia pariu também a sua Hidra de Lerna: Mário de Melo Kertész, 73 anos de idade.
Em maio deste 2017, com a condenação de Maluf, como simples cidadão soteropolitano indaguei à chefia da PGMS se o exemplo não poderia ser aplicado a Salvador.
Isto é, se a PGMS pensava em reabrir o caso “O povo de Salvador contra Kertész“. Da última vez que vi, estava nos tribunais superiores em Brasília, como o de Maluf.

Mensagem deste escrevinhador até hoje não respondida pela procuradora Fabiana Almeida; ACM Neto não quer inimizades com o ex-pupilo de seu avô, que o fez prefeito biônico de 1980 a 1981 e hoje pontifica numa emissora de rádio da capital
A Procuradoria, cuja função precípua é evitar prejuízos ao cidadão comum que paga caro para viver na cidade, mantendo a gulosa máquina do governo municipal, asseclas e aspones – Prefeitura, Câmara Municipal, Empresas Públicas mistas etc. – até este momento fingiu-se de desentendida.
E o Ministério Público do Estado, a exemplo do seu similar paulista, faz o que? As dezenas de reportagens e artigos dando notícia dos desvios kertistas não seriam suficientes para, ao menos, conferir o assunto?
Se Maluf, acusado de desviar 172 milhões de dólares, está agora preso, o ex-prefeito que aqui se travestiu de empresário radialista, com uma prole herdeira das suas peripécias, está soltinho da silva, desfrutando dos seus US$ 200 milhões.
O MINISTRO STF, Edson Fachin, que mandou Maluf para a cadeia também já mandou abrir inquérito crime contra Kertész. Alcunhado “Roberval”, seu nome está na Operação Lava Jato em uma das planilhas do setor de propinas pagas com dinheiro sujo pela empreiteira Odebrecht, na campanha eleitoral de 2012 – esta, acompanhada de perto por este blog. Que ele, Kertész, tentou censurar via judicial. [clique para saber]
Como prefeito de Salvador entre 1986 e 1989 “doutor Mário”, como gosta de ser chamado, teria desviado dos cofres públicos do município de Salvador em torno de 200 milhões de U.S. dólares. [rememore clicando aqui]

Relator do caso Maluf mas também da Operação Lava Jato no STF, o ministro Edson Fachin já abriu inquérito contra “Roberval”
Pelas contas da equipe coordenada por Almir Silva Britto, então Procurador Geral do Município, que o denunciou em uma série de processos à Justiça baiana. Para nada, porque os tempos eram outros. Ou aqui continuam os mesmos?
À época levantou-se a suspeição de Kertész, em conluio com as empreiteiras Sérvia, Engepar e Góes Cohabita, ter lavado dinheiro para aquisição de propriedades no exterior (Miami?) e no país, inclusive do mercado das comunicações sociais.
Queria ser governador da Bahia em 1990. Adquiriu assim as massas falidas do então Jornal da Bahia (que enterrou a seguir) e da Rádio Cidade, do grupo carioca Jornal do Brasil, que transformou em Rádio Metrópole. Por pouco não se tornou também proprietário local da emissora de TV do grupo Bandeirantes.
Maluf e Kertész, ambos desde algum tempo apoiadores por interesses particulares do projeto de governo comandado por Luiz Inácio Lula da Silva, já condenado por corrupção, assaltaram com despudor os cofres públicos – em prejuízo do emprego, da saúde, da escola, da segurança, dos transportes de milhões de cidadãos, ainda que um dia seus eleitores.
Sem que a prática seja uma exclusividade apenas do Brasil – comprovam casos similares de corrupção protagonizados por políticos profissionais na Europa, no Japão, Estados Unidos e resto do mundo.
O diferencial é que sociedades “civilizadas”, como as nomeadas, não toleram a prática.
DESDE O JULGAMENTO do Mensalão (Ação Penal 470), e melhor ainda na Operação Lava Jato, a duras penas uma ínfima parcela dos agentes públicos da Magistratura, dos Ministérios Públicos e das Procuradorias vêm enfrentando a cultura de impunidade que protege a elite de “colarinho branco”. A sede da operação é Curitiba, capital do Paraná.
A licenciosidade com o “rouba mas faz” é uma barreira. Lula(PT), réu e já condenado judicialmente por crimes conexos, é líder em sondagens de opinião pública na corrida pela Presidência da República nas eleições de outubro deste 2018.