Fato relevante. Mas, s.m.j., os chamados formadores de opinião, comentaristas, “influencers“, colunistas de grande mídia e os próprios jornais trataram de, digamos, esconder. Menosprezar, adredemente subtraindo o assunto do noticiário.

A menos de 48 horas para o mundo saber se Jair Bolsonaro (PL) ganha um novo mandato na presidência da República do Brasil ou o vitorioso é Lula da Silva (PT), no mais estratégico debate entre os dois candidatos, na TV Globo, em determinado momento Bolsonaro trouxe as eleições para a Bahia, quarto maior colégio eleitoral brasileiro.
Foi quando lembrou Geddel Vieira Lima, mandatário do partido MDB, ao adversário . Recentemente condenado e preso depois de a Polícia Federal estourar uma espécie de bunker em apartamento no qual Geddel escondia em malas de roupa e caixas de papelão soma de dinheiro, em dólar e real, contada em mais de $ 50 milhões. Valores desviados, suspeita-se, dos cofres públicos, em propinas e lavagem de dinheiro. O mesmo dinheiro que falta às áreas de educação, segurança, saúde públicas…
A origem da grana, confiscada pelo poder judiciário, nem Geddel nem seu irmão nem sua mãe, todos envolvidos no escândalo de corrupção da Lava Jato, quiseram explicar.
No debate televisivo mais aguardado pelo público, Bolsonaro jogou na cara de Lula literalmente estar Geddel Vieira Lima coordenando, como partícipe da cúpula, a campanha eleitoral do PT na Bahia. Faltou acrescentar a contrapartida disso: é do MDB de Geddel o candidato a vice-governador na chapa encabeçada pelo candidato a governador do PT.
A campanha governista esconde isso como pode. E o adversário na disputa a governador, ACM Neto, evitou explorar o tema durante todo o período de disputa que ora se encerra. Isso por também ter rabo preso com Geddel, que apoiou Neto quando este foi eleito prefeito de Salvador em 2012, com pretensões de candidatar-se a governador em 2018. Ambição frustrada pela prisão de Geddel, seu pricipal cabo eleitoral no interior do estado na ocasião.

Nesse quadro é que, timidamente, surgiram recentemente pichações apócrifas em muros públicos da cidade com dizeres como “Vote em Jerônimo e leve Geddel de brinde“.
Depois de longa temporada em Papuda, presídio localizado na capital da República, Geddel teve sua prisão relaxada ano passado, beneficiado pelo que se chama “progressão da pena”. Retornou à sua boa-vida na Bahia, “terrinha” do axé. Já é fonte de jornalistas e conselheiro eleitoral.
Eis que este ano ressurge, de novo dando as cartas na política local. É personagem central na aliança partidária com o partido de Lula. Refaz o mesmo pacto de 2006, o qual possibilitou o PT ascender ao poder na Bahia desde então. De presente Geddel, com Lula e Dilma Rousseff na presidência, foi alçado a super-Ministro da Integração Nacional e, depois, todo-poderoso vice-presidente da Caixa Econômica Federal, maior banco estatal de varejo do país.
Eleitores baianos, como em outros estados da federação, além da disputa nacional decidem pelo voto soberano quem elege para governar a Bahia nos próximos quatro anos, de 2023-27. Sem contrapartida de ACM Neto, que apresentou sua candidatura sem atrelá-la ao adversário de Lula ou a qualquer candidatura presidencial, Bolsonaro fez o alerta a tempo.
Fernando Conceição é uma fraude!