Em demonstração concreta que está nem aí para a politicagem das facções que tutelam e escravizam a vida das universidades públicas como a Federal da Bahia (UFBA), uma das piores avaliadas entre as congêneres brasileiras – 24° lugar, no Nordeste muito atrás da de Sergipe, em 5° e mesmo da UNIFOR, não pública (leia) – o astuto presidente da República Jair Bolsonaro acaba de nomear para o comando dessa instituição o menos academicamente qualificado da lista de nomes para reitor submetida à sua livre escolha, como manda a lei.

Bozo, em apoio à vontade “democrática”, entroniza Paulo Miguez como reitor da UFBA “de sempre”

Até 18 de julho, mais de um mês e meio depois da definição, a 1° de junho, da lista tríplice pelo Colégio Eleitoral formado por 91 membros dos Conselhos superiores da UFBA, este escrevinhador recebeu do Gabinete do Ministro da Educação (MEC) de Bolsonaro uma série de e-mails e ofícios com questões sobre o processo de indicação dos nomes para reitor dessa autarquia pública federal.

Ao lado da professora e ex-vice-prefeita de Salvador Célia Sacramento, habilitamo-nos como única candidatura dissidente da boiada. De oposição crítica à tutela de facções políticas partidárias pseudamente ditas “de esquerda”, assim como aos descaminhos da gestão que agora prosseguirá por mais 4 anos, num círculo vicioso que já perdura há décadas nessa instituição.

Mensagem do MEC ao primeiro negro candidato à Reitoria na história

No dia 23/06 o gabinete da Secretaria de Ensino Superior do MEC escreveu ao autor dessas mal-traçadas. Para dizer de providências tomadas quanto ao processo ali instaurado em defesa da legalidade das indicações a reitor que há 20 anos a Reitoria da UFBA vinha desrespeitando, submissa às facções político-partidárias que comandam sindicatos e DCE. Informava também que “a referida lista tríplice, até o presente momento, não chegou a este Ministério da Educação.”

Ao que este escrevinhador respondeu nos seguintes termos:

(…) a lista tríplice a ser encaminhada a esse MEC, se refletir a decisão da assentada do Colégio Eleitoral da UFBA registrada em vídeo, áudio e em ata, deve necessariamente ser composta pelos nomes de: (i) Paulo César Miguez de Oliveira, atual vice-reitor cacifado em preferência pelo atual reitor, (ii) Eduardo Luiz Andrade Mota, atual pró-reitor de Planejamento e Orçamento, (iii) Olival Freire Jr., atual gestor do Capes/Print e ex-pró-reitor de Pesquisa e de Pós-Graduação. Este último, possivelmente, o mais qualificado academicamente em termos de mérito e produção científica, apesar dos pesares…

Este escrevinhador apurou que em recente comemoração de aniversário familiar, Olival Freire, do PCdoB, revelava indisposição em aceitar sua nomeação, se fosse escolhido.

Bozo, mais esperto que nunca, obedeceu a “democracia interna da universidade”, ao aconselhamento do Centrão. Em plena campanha por sua reeleição à Presidência daqui a dois meses decidiu, a 12 de agosto 2022, nomear Paulo Miguez, cria do velho PCB.

Agora todos, uns e outros, sem atritos, ficaram felizes, embiagados… E disseram amém!