Uma criança, mais uma, é assassinada em assalto perpetrado por duas mulheres moradoras de rua nas primeiras horas da manhã enquanto seguia para sua escola, a poucos metros de sua residência, em região central da cidade.
No Brasil essa notícia tornou-se banal em qualquer parte desde a restauração da democracia em 1988. É uma endemia o descalabro da ausência de Segurança Pública na décima maior economia do planeta.
Alastrou-se em crescendo durante os 13 anos em que o projeto dito “progressista”, liderado pela Organização Criminosa (designação do ex-ministro Celso de Melo, então decano do STF no caso da Açao Penal 470, conhecida por “mensalão”) que atende pela alcunha Partido dos Trabalhadores (PT), foi alçado ao poder central em 2002.
Provam registros do Datasus, banco de dados do Sistema Único de Saúde, Mapas e Atlas da Violência de organismos governamentais, como IBGE, e não-governamentais, como o Fórum Brasileiro de Segurança Pública e o G1/Monitor da Violência.
A menina, ao lado da mãe e da irmã de 12 anos, recebeu um tiro no coração e morreu instantaneamente.Vimos depois a imagem de seu corpo jogado no chão envolto em embalagem hermética, ali ao sol, aguardando ser removido.
Mais um crime que ficará impune. Ao menos pelo sistema judiciário brasileiro, uma praga infestada por gente cínica em postos chaves. As leis penais e de processo penal, fruto da ação de legisladores interessados em auto-proteger-se, resultam em certeza da impunidade de criminosos.

O canonizado Lula, chefe da mencionada Orcrim, é tratado com reverência, como saído do banho agorinha, cheiroso. Ora, não foi ele mesmo descondenado pelo STF por “falhas processuais”? Não é ele que hoje lidera as sondagens para retornar à Presidência da República, com simpatia dos tubarões do capitalismo tupiniquim?
Lidera sem esconder seu desejo de colocar mordaça na mídia, ou sua simpatia por marginais. De sequestradores de Abílio Diniz. Sua solidariedade por “meninos vítimas da sociedade que não devem ser punidos por roubar tênis e celulares”. Por assassinos confessos como o italiano Cesare Battisti, a quem deu abrigo no Brasil para impedir sua extradição à Itália para responder por seus crimes.
Há toda uma pseudosociologia, toda uma fundamentação barata travestida de ciência política que grassa nas universidades e entre pseudocelebridades. Que pretendem embaralhar a linha que distingue o que é certo e o que é errado.
Jornalistas, astros midiáticos e “influencers” das novas redes sociais acumpliciam-se.
Hipócritas que se julgam importantes pelos “likes” e número de “seguidores”. Confrontados por dados – a exemplo da corrupção que quase destroi a Petrobras, pelo simbolismo das malas de dinheiro flagradas pela Polícia Federal no apartamento de influente político baiano novamente reabilitado como seu poderoso chefão -, no vale-tudo eleitoral até aqui polarizado pelo Palácio do Planalto, expressam com a maior naturalidade “Quero meu ladrão de volta!”, referindo-se ao líder das sondagens.
Cristal Rodrigues Pacheco, a estudante de 15 anos a caminho da escola assassinada vulgarmente no chamado Passeio Público em Salvador, não é apenas vítima das duas mulheres sem-teto entre tantas que mendigam, traficam, assaltam aos montes em nossas cidades.
É também vítima da inversão de valores que busca naturalizar o estado de coisas que estamos presenciando.
Cristal foi morta em área nobre de Salvador, junto ao Palácio da Aclamação, antiga e imponente residência oficial dos governadores do estado.
Ali está o que antes era um jardim arborizado em que as famílias levavam seus filhos aos domingos e os enamorados, sentados nos banquinhios, faziam juras de amor.
Nos arredores, um quartel do Exército brasileiro. Um pouco mais adiante, o quartel central da Polícia Militar da Bahia. Nos fundos do Palácio, de onde avista-se o horizonte da baía de Todos os Santos com suas ilhas, um pomar de altas árvores frutíferas e o prédio do Teatro Vila Velha.
O potencial turístico, de lazer, de entretenimento, animava aquele trecho do centro, com cinemas de rua e o Teatro Castro Alves também a poucos metros. Havia iluminação em seu jardim. Bares centenários como o espanhol Colon, o restaurante de altas horas Quintal do Raso da Catarina, e um estrelado hotel de luxo.
Toda essa beleza do Passeio Público, com a Praça da Aclamação, foi jogada aos ratos pelos ratos e às traças. Menosprezada no dia em que o ex-sindicalista Jacques Wagner tomou posse como governador eleito em 2006.
A partir daí – e isso faz 16 anos! – o Passeio Público tornou-se um lugar sombrio, soturno, sem iluminação. De lixo acumulado que serve de fogueira aos nóias, os quais fazem suas necessidades fisiológicas de todo tipo a céu aberto.
A capacidade destrutiva dos energúmenos “progressistas” que chegaram ao poder atraiu o enxame dos mortos-vivos.
Zumbis viciados pelo crack e outras substâncias ocupam o local diuturnamente. Ameaçam, assaltam.
E matam uma criança inocente no início da manhã a caminho da escola onde Mel estudou até pouco tempo. Poderia ou poderá ter sido com minha filha?
Valeu Fernando! Abs. ________________________________
Parabéns, Fernando! Mais um artigo estonteantemente lúcido. Só não sei como ainda deixam você dar aula na UFBA…
Bravo, Fernando Conceição! Sua matéria reflete o grito de muitos pais que vem perdendo seus entes queridos. Muitas Cristais e muitos Critais estão, precocemente, perdendo seus brilhos, nos deixando revoltados com a falta de impunidade e
com as irresponsabilidades das governanças. O grito de dor da família da estudante Cristal, vê-se que atngiu você e muitos de nós, cidadãos
Conscientes.
É certo que o Brasil é a décima maior economia do planeta (já foi a oitava em tempos mais auspiciosos), mas também é um dos dez países mais desiguais do mundo. E a desigualdade segue aumentando, haja vista os mais de 60 milhões de brasileiros que voltaram a sofrer com a insegurança alimentar recentemente.
Há quem acredite que a falta de cultura do povo é a causa do crescimento da violência urbana e da criminalidade. Prefiro, no entanto, apostar na desigualdade econômica e na pobreza mesmo.
Se o petista, conta hoje com a simpatia dos tubarões do capitalismo Tupiniquim, é porque o atual Presidente, incompetente que é, perdeu o semelhante apoio que tinha dos mesmos há quatro anos.
Simpatia por figuras indecorosas ou controversas obviamente não é privilégio do petista. Trump, Viktor Orban, Ustra, Adriano da Nóbrega, que o digam. Ademais, a figura que finge presidir o Brasil atualmente também não é muito afeita à liberdade de imprensa, por isso promove uma cruzada contra os veículos que criticam seu governo.
“Rachadinha”, “Meu Amigo Queiroz”, “Milicianos no Poder”, “Pastores Ladrões do MEC”, “Escândalo da Covaxin”, “A Fantástica Fábrica de Chocolates”, etc. Tudo isso é demais para quem prometeu combater a corrupção à semelhança de um justiceiro implacável. Sem falar no flerte permanente com um possível golpe de Estado, inexplicavelmente, desejado por determinados segmentos “ilustrados” da sociedade brasileira.
Talvez, tais motivos ajudem a explicar os resultados das pesquisas de intenção de voto. É a ansiedade do povo para se ver livre desse impostor que finge governar o Brasil há quase quatro anos, ainda que o provável sucessor não seja o “ideal”.
“Há quem acredite que a falta de cultura do povo é a causa do crescimento da violência urbana e da criminalidade. Prefiro, no entanto, apostar na desigualdade econômica e na pobreza mesmo.”
Há 50 anos a desigualdade e a pobreza eram maiores. Mas a violência urbana e a criminalidade eram menores.
“Se o petista, conta hoje com a simpatia dos tubarões do capitalismo Tupiniquim, é porque o atual Presidente, incompetente que é, perdeu o semelhante apoio que tinha dos mesmos há quatro anos.”
Bolsonaro nunca teve o apoio de nenhum tubarão: empreiteiros, grande empresários, banqueiros, todos sempre estiveram ao lado de Lula. Basta conferir a lista dos doadores da campanha eleitoral de 2018
“Ademais, a figura que finge presidir o Brasil atualmente também não é muito afeita à liberdade de imprensa, por isso promove uma cruzada contra os veículos que criticam seu governo.”
Sendo essa cruzada puramente imaginária, existindo apenas na imaginação dos amigos do candidato da Rede Globo, nunca produziu qualquer efeito tangível, nem poderia ter produzido…
““Rachadinha”, “Meu Amigo Queiroz”, “Milicianos no Poder”, “Pastores Ladrões do MEC”, “Escândalo da Covaxin”, “A Fantástica Fábrica de Chocolates”, etc. Tudo isso é demais para quem prometeu combater a corrupção à semelhança de um justiceiro implacável.”
Denúncias de jornal valem o mesmo que crimes julgados em quatro instâncias por duas dúzias de juízes e que levaram o candidato dos banqueiros para uma temporada de 580 dias em uma jaula em Curitiba?!?
“Sem falar no flerte permanente com um possível golpe de Estado, inexplicavelmente, desejado por determinados segmentos “ilustrados” da sociedade brasileira.”
O único golpe é aquele que está em curso, perpetrado pelo STF, neste momento transmutado em partido político de oposição e que cotidianamente desrespeita direitos básicos do cidadão, viola garantia individuais, persegue, censura e prende aliados de Bolsonaro, acusando-os de “fakes news”, “atos antidemocráticos”, “discurso de ódio” e outros delitos não tipificados em qualquer código legal brasileiro.
“Talvez, tais motivos ajudem a explicar os resultados das pesquisas de intenção de voto. É a ansiedade do povo para se ver livre desse impostor que finge governar o Brasil há quase quatro anos, ainda que o provável sucessor não seja o “ideal”.
Talvez o pensador Thomas Sowell tenha uma explicação melhor para estes resultados das pesquisas eleitorais: “When the people want the impossible, only liars can satisfy.”
Prezado,
Há 50 anos, as primeiras metrópoles brasileiras (até mesmo Rio de Janeiro e São Paulo) ainda estavam em processo de formação, haja vista Salvador, carinhosamente chamada “Cidade da Bahia”: pequena, acanhada e provinciana.
Nas Eleições Gerais de 2018, havia dois grandes favoritos: Bolsonaro e Haddad. Tendo em vista o famigerado “pato amarelo” da Av. Paulista e as manifestações pró-impeachment patrocinadas pela Fiesp, percebe-se que o petista não era muito benquisto pelo empresariado. Ademais, parte do capital nacional ainda hoje insiste em manter o apoio ao governo mesmo com o descontrole e o aprofundamento da crise econômica.
Em que pese esses tempos de pós-verdade, os fartos ataques à imprensa que não se alinha ao governo estão todos registrados. Basta querer consultá-los e não permitir que apelos emotivos nos embotem a racionalidade. A propósito, a quem interessa a sanha persecutória contra os veículos de comunicação? Quando os ditos progressistas ocupavam o poder, a imprensa era taxada de golpista; agora, são os denominados conservadores que tentam demonizá-la. Parece que o exercício fiscalizatório do poder desagrada o interesse dos mais variados espectros políticos. Por que será? Quem deseja apenas elogios e ser exaltado, que contrate serviço particular de assessoria de comunicação. Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados!
“Rachadinha”, “Meu Amigo Queiroz”, “Milicianos no Poder”, “Pastores Ladrões do MEC”, “Escândalo da Covaxin”, “A Fantástica Fábrica de Chocolates”, etc. Apesar dos flagrantes indícios revelados por “denúncias de jornais”, mas também pelo Ministério Público, nada disso poderia prosperar com tamanha interferência na Polícia Federal, na PGU, com a cooptação do Congresso via orçamento secreto e com a imunidade típica do cargo (esta última obscenidade não é culpa do atual governo).
Sobre o flerte com o golpe de Estado, o presidente insiste em pregar a luta armada para a sua militância; inventa inimigos abstratos, a quem denomina “Sistema???”; já se mostrou abertamente favorável a uma guerra civil, mesmo que morram inocentes, contanto que ele não seja um deles; arregimenta a parasitária e soberba Forças Armadas, historicamente sorrateira e envolvida com as conspirações golpistas do Brasil, e critica o processo eleitoral que o fez deixar de ser um inexpressivo militar de baixa patente e se tornar Presidente da República.
Reconheço que a política não é feita por anjos, mas sim por seres humanos de carne, ossos e interesses, contudo o impossível, o utópico, é o que nos faz persistir acreditando que as coisas podem mudar para melhor.
Obs.: fiquei sinceramente satisfeito pela réplica e torço para que o debate de ideias sempre prevaleça. Obrigado!
Gostei dessa troca de pontos de vista. No blog do Fernando a direita e a esquerda civilizadas podem debater ! ; )