Soube por matéria no site do Correio*(da Bahia) que Wagner Moura estará no “Roda Viva” da TV Cultura, de São Paulo, na segunda 1º de novembro.
Um parêntesis antes de meter o sarrafo nele. A pessoa que escreveu e a que mandou publicar a matéria do Correio* são a cara do jornalismo vagabundo no qual se transformou o jornalismo na Bahia.
Seus professores nas faculdades e escolas de jornalismo, entre os quais incluo-me não sem um pingo de asco, têm corresponsabilidade por suas asnices.
O texto confunde o leitor ao dizer que Wagner Moura é soteropolitano e músico. Até onde sei, Wagner Moura é de Nova Glória, no sertão do São Francisco. É diplomado em Comunicação/Jornalismo e fez brilhante carreira como ator de teatro, dividindo seu talento com o cinema e a televisão.
Músico? Ok, com colegas também da Facom UFBA, como meu saudoso orientando Tangre, baterista, morto prematuramente por complicações cardíacas, divertiu-se com a banda de reggae cujo nome tiro da memória com o risco de cometer a mesma imprecisão dos analfabetos do Correio*: Flores de Jah, ou de Chá.
A matéria incensa o rapaz dizendo que ele mora em Miami, no direitista estado da Flórida, U.S.A., a 28ª capital do Brasil, refúgio de brasileiros com síndrome de vira-lata. E que é dono de um apartamento de quase R$1,5 milhões defronte pro mar, onde fica em suas temporadas em Salvador. Que tenho eu com isso?!
Um outro ex-aluno na Facom, pupilo no jornal Província da Bahia, Pablo Reis – que trabalha para o grupo de comunicação ligado ao ex-governador Nilo Coelho na TV Aratu (ainda hoje?) – fofoca em seu Twiter.
Wagner Moura, seu ex-colega de escola, declara em entrevista a Reis ter “como objetivos políticos no Brasil derrubar Bolsonaro” e tornar Franciel Cruz, também ex-Facom, presidente do Vitória, clube de futebol que cai das pernas na 2ª divisão do campeonato brasileiro. Tudo patotagem.
É para levar a sério as duas proposições encavaladas naquela sequência? Wagner Moura está de brincadeira ou Miami Beach contribui para sua alienação?
Como sempre faço às segundas-feiras, pretendo assistir ao “Roda Viva” da Cultura. Certamente dessa vez a TV-E Bahia, vassala do lulopetismo que Wagner Moura idolatra, deve retransmitir oportunisticamente.
Nada se dirá sobre os R$ 48 milhões que Rui Costa, presidente do “Consórcio Nordeste”, pagou adiantado no inicio da pandemia do SarsCov-2, em compras de respiradores com dinheiro público enviado por Bolsonaro, em contrato com empresas fantasmas que jamais entregaram os respiradores.
Apenas para ficar em um exemplo de desonestidade intelectual, a qual é parte da estratégia global das viúvas do PT, ministros do STF, Cosa Nostra (Consórcio) de Midia et caterva, de re-entronação do sapo barbudo nas eleições de 2022.
O ator e diretor, que está promovendo o lançamento agora do filme “Mariguella”, inspirado em Marighella, o Guerrilheiro que Incendiou o Mundo, livro de 2012 do jornalista de grandes redações sudestinas Mário Magalhães, não confessará as razões sinceras e internas de sua vontade de “derrubar” Bolsonaro.
Wagner, querido, tentaram fazer isso durante a campanha de 2018, desferindo uma facada no então candidato. Em vez de retórica, se ainda corre sangue sertanejo em suas veias…
Dessa vez será a pretexto do tema do filme que dirigiu que reivindicar-se-á o retorno à Presidência da República da Organização Criminosa comandada por Mr. Lula da Silva, alcunhada Partido dos Trabalhadores-e-puxadinhos (vide STF, ação penal 470/Mensalão).
Como comumente tem sido em programas de “entrevistas”, o “Roda Viva” será palco para a destilação do ódio que setores artísticos-culturais pseudamente intelectualizados nutrem por projetos e ideais divergentes dos seus.
Esse pessoal usa a democracia como uma narrativa, da qual possuiria o monopólio da defesa. A própria mistificação de Mariguella como um “democrata” é prova disso.
A crença de Mariguella era a chamada revolução armada rumo ao comunismo de partido único! Imprensa única! Pensamento único! Destino único!
Com a destruição dessa joia burguesa que é a democracia liberal, da qual – embora o STF para alguns esteja impondo o cala-te boca e restrições inconstitucionais absurdas -, no Brasil todos hoje, inclusive o pequeno burguês Wagner Moura, desfrutam.
Uns mais, outros menos, vez ser esta sociedade herdeira do escravismo colonial, do qual emergem as classes e subclasses sociais de interesses.
Ao menos Mariguella tinha coragem de pegar em armas, assassinar dezenas de “inimigos” de sua crença a favor da DITADURA da vanguarda do proletariado. Sob modelo stalinista ou maoísta. Como guerrilheiro a serviço desses ideais, com as mãos sujas de sangue, Mariguella por sua vez foi também assassinado pela repressão da ditadura militar vigente desde 1964.
O que, sem romantismo, fazia parte do jogo. Da guerra em que, tendo um lado definido, se meteu desde a adolescência. Assim foi preso pela ditadura de Getúlio Vargas, anistiado, eleito deputado federal na Constituinte de 1946, entrado na clandestinidade para guerrilhar nas sombras pela derrubada do regime de 64.
Wagner Moura mora em Miami, tem um apartamento de 3 quartos (diz o Correio*) no edifício Oceania, defronte ao Farol da Barra sob a Baía de Todos os Santos.
Assim fica fácil ser da turma do bem. Maldizer o ex-capitão ungido pelo voto – não o meu! – a líder do Executivo nacional.
No posto mandou por lentes mais acuradas sobre patrocínios com dinheiro público de produtoras como a Globo Filmes. Da qual Wagner Moura é sócio nessa sua aventura enganosa.
Grande Fernando Conceição! Como vinho, quanto mais velho, melhor! Wagner Moura é um perfeito exemplar da esquerda que temos no momento, uma que admira o narcoestado venezuelano, solidariza-se com o regime policial cubano e reverencia a memória de Marighella, um psicopata grave que atingiu um grau de demência política raro até mesmo entre marxistas. Porque a revolução particular do moço dispensava inclusive o tal do “proletariado”. No cérebro congestionado desse facínora, a tomada do poder pelo seu grupinho de celerados que não lotavam uma kombi representaria a libertação de todo o povo brasileiro! E azar dos milhões que não quisessem ser libertados… Dizem que era muito inteligente, poeta, aluno brilhante. Lembra aquele pessoal do Khmer Vermelho, do Sendero Luminoso…
Caro Fernando, discursei no traslado dos restos mortais de Marighela do cemitério da Vila Formosa, São Paulo, para o da Baixa das Quintas, em Salvador. Na ocasião, entre os presentes, era o único que havia participado de organizações que defendiam a luta armada e, nessa condição, falei, argumentando que Marighela fora levado à luta armada dada a impossibilidade de fazer política por outros meios, o que agora percebo, não foi exatamente o que aconteceu. Mal ou bem havia um parlamento e partidos legais, podendo, de algum modo, se exercitar a oposição, mas Marighela tinha pressa. O que é necesário que fique claro é que o programa da ALN, agrupamento de Marighela, era o único que não defendia a implantação do socialismo e da ditadura do proletariado. Era um prograna democrático-burgês, em que pese defendesse a luta armada e todo o tipo de ação terrorista. Marighela era um autêntico revolucionário e com toda a certeza seria um obstáculo dentro da esquerda para a delinquência que se implantou com a ascenção do PT ao poder. Seria mais um inconveniente como foram Hélio Bicudo, Paulo de Tarso Venceslau, Chico de Oliveira e outros que denunciaram os crimes contra o erário público praticados pelo PT. Poderia também ser executafo com o fizeram com Celso Daniel e Toninho do PT, que denunciaram a corrupção.
Magnífico!!
A inveja é uma merda!
Fernando, você é muito bom no que você faz: um bom jornalismo. Quem sabe seus textos possam ser um pouco mais enxutos… Quase sempre suas reflexões em torno do capitão no Executivo do Brasil introduzem uma série de dubiedades ou desconexões… Posso estar enganada com com falta de informações complementares para acompanhar o seu raciocínio… Mas, interessada em seu pensamento, sugiro: dá uma olhada, depois de citado o vídeo do Wagner Moura: o texto perde a clareza e eficácia anterior.
Um abraço.
Hmm… Quer dizer então que o STF está impondo o cala-te boca e restrições inconstitucionais absurdas.
Deixe estar, e vamos ver onde isso vai parar, porque o governo já demonstrou não ter nenhum apreço pela democracia. Abertamente defende uma ideologia que busca exortar a intolerância ao contraditório e às dissidências, defendendo a supremacia de uma suposta maioria sobre as minorias. Haja vista que, logo após a divulgação do resultado das Eleições 2018, passaram a circular nas redes sociais vídeos nos quais apoiadores do presidente diziam que, a partir daquele momento, estava “liberada” a morte de negros e gays.
É bem verdade que a questão racial, há muito, vem sendo politicamente explorada, sobretudo pelos ditos liberais e progressistas, sem que as condições de existência dos negros sejam efetivamente melhoradas. Apenas migalhas. Mas certamente o atual “projeto” político em curso no Brasil não é a melhor solução.