Não se surpreenda se, havendo segundo turno na disputa eleitoral em Salvador, o candidato de Lula receber o apoio entusiasta e negociado do empresário-radialista que fez fortunas quando esteve à frente da Prefeitura da capital baiana entre 1º de janeiro de 1986 e 31 de dezembro de 1988.
Clique a seguir nos links de mais um pacote de matérias fruto da cobertura de A TARDE à denúncia de desvios de dinheiro público na gestão de Mário Kertèsz à época. Desvios que resultariam em rombo estimado em US$ 200 milhões, questionado judicialmente pela PGM (Procuradoria Geral do Município), em processos que tramitam desde 1990.
Dessa vez, além da queda-de-braços pelo dinheiro dos contratos simulados entre empreiteiras, entre defensores públicos, servidores, Kertész contra a Justiça baiana, o leitor lerá duas outras matérias complementares. Uma, sobre como na gestão Kertész, sua eminência parda e diretor-geral de órgão de obras comprou lotes de tratores, automóveis e aparelhos de ar-condicionado que, apesar de pagos pelos munícipes, simplesmente nunca chegaram a ser vistos. A outra, sobre a acusação de desvio de dinheiro federal que deveria ser para a construção de 12.500 casas populares. Jamais construídas.
Um leitor anônimo escreve: “Acho estranho essa sua perseguição, se [Mário Kertész] realmente é culpado, porque nunca foi acusado de nada na justiça e teve suas contas aprovadas?”…
Well… Se o leitor anônimo tem acompanhado o julgamento do mensalão petista (o dos tucanos será julgado em breve, garante o ministro Joaquim Barbosa) na TV Justiça, encontrará as respostas à segunda parte de sua pergunta.
Quanto à primeira, o que chama de “perseguição”? O trabalho inerente à profissão que abracei – jornalista e, depois, professor de jornalismo? Cujo mandato primeiro é tornar público, isto é, dar a conhecer ao público, o que os poderosos de plantão não gostariam que se tornasse do conhecimento público?
Estranhos são o silêncio e a omissão dos grandes veículos de comunicação na Bahia que, nesta campanha eleitoral para o cargo mais importante da terceira maior capital do país, abriram mão de informar ao eleitor sobre a vida pregressa dos que concorrem ao posto (e seus vices). Não apenas a de Kertész.
Marinho é ou não um projeto da Igreja Universal do Reino de Deus de Edir Macedo, que macula o estado laico e plurireligioso brasileiro? Que tipo de “socialismo” Hamilton e o seu PSOL acreditam poder ainda implementar numa república que pugna pelo Estado Democrático de Direito, ou o que falam é demagogia pura, sem base alguma na história?
Da Luz, eternamente candidato de si mesmo, serve a que interesses, se não os dele próprio – e quais são esses? Que tipo de direitista é ACM Neto, líder nas pesquisas? Se eleito, assumiria que tipo de compromiso para cumprir todo o mandato – ou daqui a dois anos vai deixar a prefeitura na mão de Célia Sacramento (quem?!).
Pelegrino, como Lula, acredita que o mensalão não existiu e que um dos maiores líderes do seu PT, José Dirceu, não é mesmo o “chefe da quadrilha” denunciada pela Procuradoria Geral da República? Na Prefeitura agirá de forma idêntica ao que fizeram no Planalto?
Não cabe a um simples site (ou blog) como este aqui fustigar diretamente os prefeituráveis. Onde estão os jornalistas, analistas e comentaristas de política em atividade? Seria preciso fazê-lo, não em tom de blague, brincadeira ou de camaradagem. Neste momento em que está em jogo o destino por 4 anos da capital do Estado, é preciso ser agressivo como um cão de guarda do interesse público.
P.S. Em 9/09, a juíza eleitoral Maria Fátima Monteiro Vilas Boas manteve a decisão de não acatar o pedido de retirada dos textos deste site sobre o candidato de Geddel Vieira Lima e de Michel Temer em Salvador, proibindo apenas o uso dos títulos “Chame o ladrão!”
Embora ouvinte da Metrópole acho que vc presta um serviço a sociedade dando essas informações mas o que me preocupa nessa corrida ao Thomé de Souza é a falta de opção. Vc disse tudo sobre todos os candidatos e, aos eleitores menos apaixonados, só sobram dúvidas. De acordo com sua série de reportagens sobre MK não resta dúvida que ele é o mais “encrencado” nessa disputa que se aproxima. Voto nulo seria solução? branco? voto de protesto? Confesso que estou com um cachorro atrás da orelha. Será que MK vai se manifestar? Aguardo cenas dos próximos capítulos.
Considero a oferta atual de prefeituráveis a pior possível. O eleitor soteropolitano se vê em um beco sem saída. Devemos descartar o voto no “menos pior”. Precisamos averiguar a vida pregressa de quem se candidata, avaliar o seu verdadeiro perfil e, sobretudo, o seu projeto político. Chega de ingerências, a começar pela máquina municipal. Parabéns, Fernando, pela postura cão de guarda!
Há muito desânimo no ar. Ninguém parece dar importância a essa eleição. É incrível! Acho que é o “efeito corrupção” que tem feito isto: ninguém acredita que conseguirá parar o “mecanismo”; parece que corrupção é uma coisa maquinal, como células que se duplicam… Além disso, o nível de mediocridade subiu muito… Apesar de tudo, acho que temos que pensar ainda no “menos pior”. Não existe candidato ideal; e não inventaram nada melhor do que a democracia representativa. Votar no DEM, por exemplo, é o mesmo que passar uma esponja sobre os 40 anos de atraso em que este grupo político jogou a Bahia. Além disso, a prefeitura pode cair na mão da vice, que não tem preparo. Votar no Maluf baiano nem pensar! É atestado de apoio a falcatruas.
Seguindo o raciocínio da Celene, como não dá para votar no Da Lua, nem no PSTU, e nem na Igreja Universal… Restou a opção que parece a menos ruim. Votar no 13.
Abraços Fernando!
A nossa solução é fazer um Movimento para que haja uma reforma política já. É preciso acabar com as coligações, coeficiente eleitoral e partidário, aposentadoria de político e muitas outras mordomias. Se ficarmos esperando que ELES (os políticos) tomem esta iniciativa, isso nunca vai acontecer. Reforma política já!
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