POR MEIO DE um canal no Youtube, nomeado ZeDeNoca, este escrevinhador deu início neste dezembro 2018 a uma série de comentários sobre parte do mundinho da universidade pública brasileira.
Objetiva contribuir para o aperfeiçoamento institucional que, como se sabe e propala, deve prestação de contas à sociedade.
A partir de seu “lugar de fala”, cacoete linguístico de intenso apelo das pessoas do bem, o autor analisa o estado da arte – nada democrático ou republicano – da vida acadêmica que tem vivenciado desde 2002.
Exerce, assim, função básica da docência.
Qual seja: a de assumir pedagogicamente posição de autonomia cognitiva e moral para dizer o que pensa sobre a realidade.
É que, pontifica a maior das autoridades incensadas no marxismo do púlpito acadêmico brasileiro,
- “há outra [tarefa] a ser cumprida por educadores cujo sonho é a transformação da sociedade burguesa: a de desocultar o real” (Paulo Freire, 1989:37).
Nos vídeos, depoimentos opinativos e críticos são ancorados em dados e documentação acumulados no exercício docente na Faculdade de Comunicação e no Programa Multidisciplinar de Pós-graduação em Cultura e Sociedade da Universidade Federal da Bahia.
Propõe-se ao debate aberto, inerente à atividade intelectual.
É mesmo necessário que em um país de profundas desigualdades, pobreza e taxas de homicídios pornográficas, a sociedade sustente um sistema de ensino universitário totalmente público e gratuito?
Sistema que não se envergonha de seu papel praticamente nulo na resolução da grave crise social que faz parte da história cotidiana do lugar?

Quais critérios possibilitam a entrada e a ascensão em funções de prestígio e de poder no espaço universitário?
Espaço completamente controlado, à direita ou à esquerda, por representantes de determinadas classe e origem étnico-racial no Brasil?
Mérito, regras, regulamento e normas supostamente republicanas são mesmo métodos sob os quais todos, sem exceção, devem obediência na academia?
Ou somente valem para os que rejeitam submissão a esquemas manipulatórios de poder institucionalizados?
Este escrevinhador propõe-se contribuir com o debate, apresentando algumas mazelas politicamente orientadas das quais tem sido testemunha ocular.
A série já circulou cinco episódios, desde o início de dezembro. O de número V, mais recente, foca nas relações corporativas que facilitam a ascensão na carreira docente.
Acesse e acompanhe a série pelo canal ZeDeNoca no youtube.
Antes de Jair Bolsonaro e seus novos ministros de Educação ede Ciência e Tecnologia, do outro lado do espectro ideológico, assumirem o controle do setor a 1º de Janeiro de 2019.
Inscrito e com sininho!
Fernando
Esta sua escrita me lembra duas outras falas de Paulo Freire
Palavra não é privilégio de algumas pessoas, mas o direito de todos
Paulo Freire
É fundamental diminuir a distância entre o que se diz e o que se faz, de tal forma que, num dado momento, a tua fala seja a tua prática.
Paulo Freire