A TRÁGICA morte de Môa do Katendê, no acirrado clima de disputa à Presidência do Brasil entre um candidato da direita (Jair Bolsonaro) e um representante da “esquerda” (Fernando Haddad), não deveria ser um fato retórico politicamente utilizado pelo Partido dos Trabalhadores e seus cupinchas.
Seria ótimo se as esquerdas que, de hora para outra na campanha, transformaram o capoeirista numa espécie de “herói” dos oprimidos, agissem na prática para oferecer uma pensão vitalícia governamental aos familiares daquele pobre diabo.
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Infelizmente isso não vai acontecer. As eleições já se passaram e o lamentável episódio já cumpriu o seu papel no contexto da campanha. Saudações.
Mas é decepcionante ver pessoas e ou partidos se intitularem de esquerda, utilizando-se do discurso e das bandeiras de lutas históricas da esquerda, mas com a mesma postura e a mesma prática velhaca da direita. Me pareceu que o nobre jornalista utilizou repetidas vezes, palavras que desqualificam o Moa, não na intenção de diminuir sua importância ser humano negro e artista, mas para enfatizar que nós negros somos vistos como objetos de uso descartáveis em propósitos pessoais políticos, seja os que se dizem de esquerda, seja para os de centro ou os de direita.
Não há anjos na política, sobremaneira, no contexto brasileiro, cujos projetos de poder pessoal, via de regra, são sobrepostos aos interesses do país. Tal como houve exploração política do referido assassinato pelas esquerdas, também ocorreu a exploração da imagem de um sujeito de cor preta, a partir de um certo momento da campanha eleitoral do partido de direita.
Enfim! Pelo visto a meta é superar a condição de joguete independentemente da orientação política.