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É BOM TER SEMPRE em conta que a vida é daqui para ali. Não existe deus. Conclusão lógica do teorema, como ensina o poeta Horácio (65-8 A.C):
– Carpe diem! Colhe os dias! Porque o amanhã é incerto.
Sobre tal discutíamos em mesa de uma tasca em torno de vinhos e pica-paus, com novos amigos feitos cá em Portugal. Ambiente para a arte de falar merda.
Quatro homens, duas mulheres, uma na companhia do parceiro, que diz terem “optado” por não ter filhos para evitar as condicionantes do fato. Como não mais poder o casal sair todas as noites para os lugares porque um tem de cuidar da criança.
Papo burguês, já que homens que fizeram a história da humanidade não cogitaram dessas bobagens. Ainda agora leio, de Jung Chang, a biografia de Mao Tsé-Tung que vem corroborar a tese.
Depois que você junta os trapos com o sexo oposto e decide assumir a paternidade (no sentido lato), com amamentação materna constante e regular, a vida de casal fica em stand by.
FLERTES E PROVOCAÇÕES permanecem, se há querência e tesão. Sempre interrompidos pelas exigências da cria, que passa a ter prioridade sobre as demandas pelo corpo materno. Um truísmo? Não sai leite da mama do pai.
Sobre tal refletíamos e eu resolvi contar em casa quando regressei no último comboio antes da uma da madruga. O mais experiente da mesa, advogado cinquentão que para não fugir à índole dos bravos de Camões, se me afigura um priápico, é quem capitania a conversa.
Tem um casal de filhos adultos do primeiro casamento. E nunca mais quis saber do assunto com nenhuma das tantas raparigas com as quais tem convivido. Por isso me tem como um “homem de coragem”. Rapariga em Portugal é sinônimo de mulher jovem, que ele diz preferir.
Dizia o gajo – e as raparigas à mesa conosco concordavam: tudo o que vocês faziam, em privacidade, permissividade, intimidade e frequência antes de nascer o bebê, não mais será possível fazer sozinhos os dois. “Esqueça!”, foi a sentença dele. Desde então vossas atenções estarão focadas em quem mais precisa delas, por óbvio.
SERÁ ESSA A razão principal que leva casais a não experimentarem a maternidade com aleitamento materno? Nos meios que frequentamos, há opiniões controversas. Como aquela radical de que tudo – aí inclusos a própria concepção, a amamentação e o cuidado com a cria – seria fruto de “construções sociais opressoras da normatividade patriarcal de dominação do macho”.
Já ouvimos da boca de feministas de academia. Rejeitam carregar no ventre, como um fardo, “um ser estranho, um monstro, por até nove meses!” Aprendem esses chavões de gente amarga nos cursos de gênero e de teorias culturais ditas “libertárias”.
Ou seja, o ato biológico da procriação seria inerentemente uma experiência ruim, machista, também parte daquele tal construto. É mole?!
Outras “Pollyannas” publicam manuais para casais nos quais os homens levam a culpa pelo arrefecer temporário da libido dos parceiros diante do grude do bebê. Os homens seriam os responsáveis por não mais disporem do corpo de suas mulheres, usando-o como uma lagartixa, jogando aos tabefes de um lado a outro da parede ou por cima dos móveis – tipo “amor com jeito de virada” [de caçamba]. “Esqueça!”, sentencia o puto.
AQUELA PESSOA CONTINUA sensual e desejada, “delícia cremosa”, nas palavras de Rebeca Teles, furacão de Feira de Santana. Especialmente aos olhares machistas dos “Ricardões” e “Messalinas” da vida, prontos para dar o bote. Atenção! Há de se ter cuidado, olhos e ouvidos abertos. Quando ela passa, eles (e elas) estão à espreita. Afinal, embora não se admita até hoje, mesmo no Brasil, cuja abolição se deu há cerca de 120 anos, as pessoas são livres.
Para quem testemunha seu cotidiano, a libido da mãe se divide: não está mais à mão como antes. Por ser agora templo de satisfação primeira das carências de quem a demanda com muito mais assiduidade, por plena dependência: a criança.
Eis ai uma visão humanista do islamismo. Enxerga na mulher um templo sagrado – ao qual é dada a exclusiva graça de ser alimento a uma nova vida. No Islã radical, nenhuma parte do corpo da mulher deve ser contemplada em público.

Mao Tsé-Tung por Andy Warhol: vê lá se revolucionários como ele ou Che-Guevara, que colecionaram mulheres, iriam perder tempo com esse papo
A cultura judaico-cristã, essencialmente hipócrita, impõe como fato da natureza o interdito à exploração de outras possibilidades fisiológicas prosaicas. Coisifica e vê dinheiro em tudo.
Por consequência as taras, os redtubes, o ciúme, os conflitos entre os casais que se querem e se amam. Ninguém troca sua liberdade, se casar é submeter-se à tortura, a uma espécie de jaula. Contudo, é o que comumente ocorre.
TAIS CONSIDERAÇÕES de botequim trouxe para dividir com a companheira. Evidentemente, foram recebidas com suspeita. Como se o hipócrita fosse eu e não esse sistema de coisas baseado em uma enorme mentira. No meu meio, a mulher livre de hoje quer o homem domesticado – sim, senhora, sim, senhora!
Se a conversa é essa – esbravejou minha consorte – é preferível ser amante.
Tese questionável, aduzi em defesa. Basta contabilizar o investimento feito numa relação de parceria como casal. Não é pouca coisa. E se há custos, os benefícios até o momento somam mais.
Ser amante é não simplesmente desfrutar da parte menos estressante do outro. Curti-lo coloridamente. Resulta, apesar do romantismo da antiga música de Roberto Carlos, em aceitar a solidão. Resignar-se em tomar café da manhã e jantar frequentemente só consigo mesmo.
Em qualquer das situações, há de se ter resiliência, como ensina o gerente de minha conturbada conta no Banco do Brasil. Saber calar, saber se perdoar, perdoar outrem. E muita proatividade, não esqueçamos.
* Dois adendos: 1) o uso do pronome possessivo no título está em desacordo com o que penso; 2) embora esteja assegurada a liberdade de expressão, pedi autorização para publicar essas mal-traçadas.
ORA BOLAS “teorias culturais libertárias ” nunca será admitir que um filho no ventre é um mostro. Esta monstruosa afirmação vem de mulheres objetos que querem um corpo “perfeito” para seduzir um otário que mais cedo ou mais tarde será um crono. Olhando por estes paradigmas. FEMINISMO num é isto ! Como nunca será querer que o homem limpe o prato que sujou, cozinhe seu feijão ou passe um pano na casa que usou uma ação de “domesticar”. Apenas divisão de trabalho. “A MULHER É O ESCRAVO DOS ESCRAVOS”. Disse Yoko Ono desde os históricos anos 70 quando nós quebramos paradigmas !! Nunca será feminismo uma ação cruel de competição da vagina com o pênis. Ambos instrumento de prazer e procriação de boa e no tempo certo. AS MULHERES DEVERIAM SEREM PROIBIDAS DE TER FILHOS ANTES DOS 35 ANOS. Simples.
CORNO – revisão