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Maduro e um dos seus generais do topo do regime: o Departamento de Estado e de combate ao tráfico dos Estados Unidos oferece uma recompensa de 15 milhões a 10 milhões de dólares pela captura de cada um; afora os demais

Constrangida, a “grande” mídia tradicional brasileira, beneficiada com o retorno de Lula da Silva ao poder, em duas semanas esfriou a cobertura do regime criminoso de Nicolás Maduro na Venezuela.

Nesses dias o regime ditatorial endureceu ainda mais a repressão a quem ousa desafiá-lo. As informações são de que prende a rodo, tortura e mata a população venezuelana, enquanto Lula, assistido por Celso Amorim, emite platitudes.

De minha parte, acompanhado de Maria Johanna Gobertina Tetuanui Rüping, jovem alemã estudante de Medicina em Berlin, estive na Venezuela entre o Natal de 2006 e o Réveillon de 2007.

Cônscio não ter influência alguma, escrevo este artigo enojado. Para reiterar solidariedade ao sofrido povo venezuelano, como já o fiz outras vezes aqui mesmo.

Percorremos de transporte público partes do território, entre Caracas e o extremo nordeste Guiria. Retornamos pelo litoral do Caribe, cruzando faixa de floresta até Punta de Araya. Auscultamos opiniões de pessoas nas ruas sobre o autodenominado “socialismo bolivariano”, Hugo Chávez então no poder.

Quando o Brasil era uma ditadura militar, a Venezuela acolheu Milton Santos, de quem sou o biógrafo por ele autorizado. Depois de preso e expulso da Bahia, ali o geógrafo mais importante do país trabalhou, em idas e vindas entre o final dos anos 1960 e início dos 70, como assessor parlamentar da senadora carinhosamente por ele chamada de “Tiripa”.

  • Narco-terrorismo com dendê

É público: desde 2020 o Departamento de Estado dos Estados Unidos da América (U.S.DoS) emitiu ordem de prisão de Maduro e uma dezena de seus principais, formalmente acusados de narco-terrorismo, tráfico de armas e corrupção.

De acordo com o Procurador Geral dos Estados Unidos, William Barr, lideram bilionário esquema de tráfico de cocaína, corrupção, lavagem de dinheiro e crimes correlatos nos Estados Unidos da América, África e Europa. Em sociedade com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), organização partícipe do Foro de São Paulo, fundado por Lula e Fidel Castro na década de 1990. A esquerda e seus áulicos na imprensa e na academia não podem alegar nada saber.

O esquema foi revelado a 26 de março de 2020, em Nova York, nos seguintes termos:

Em tradução livre: “Por mais de 20 anos, Maduro e vários auxiliares de alto escalão ostensivamente conspiraram com as FARC [Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, grupo terrorista], fazendo com que toneladas de cocaína entrassem e devastassem comunidades americanas. O anúncio de hoje é focado em erradicar a extensa corrupção dentro do governo venezuelano – um sistema construído e controlado para enriquecer aqueles nos níveis mais altos do governo. Os Estados Unidos não permitirão que essas autoridades venezuelanas corruptas usem o sistema bancário dos EUA para movimentar seus ganhos ilícitos da América do Sul nem promover seus esquemas criminosos.”

Em tradução livre: “Hoje apresentamos acusações criminais contra Nicolás Maduro Moros por comandar, junto com seus principais auxiliares, uma parceria narcoterrorista com as FARC nos últimos 20 anos”, disse o procurador dos EUA Geoffrey S. Berman. “O escopo e a magnitude do tráfico de drogas alegado só foram possíveis porque Maduro e outros corromperam as instituições da Venezuela e forneceram proteção política e militar para os crimes desenfreados de narcoterrorismo descritos em nossas acusações. Conforme alegado, Maduro e os outros réus pretendiam expressamente inundar os Estados Unidos com cocaína para minar a saúde e o bem-estar de nossa nação. Maduro deliberadamente utilizou cocaína como arma. Embora Maduro e outros membros do cartel tivessem altos títulos na liderança política e militar da Venezuela, a conduta descrita na acusação não era de estadismo ou serviço ao povo venezuelano. Conforme alegado, os réus traíram o povo venezuelano e corromperam as instituições venezuelanas para encher seus bolsos com dinheiro das drogas.”

A peça acusatória, de 28 páginas, descreve com riqueza de detalhes o esquema criminoso do regime chavista com as Farc. Clique aqui e leia a íntegra, em inglês, do documento oficial.

Maduro e os seus formam o chamado Cartel de los Soles, máfia venezuelana composta por militares, paramilitares e milícias armadas. Até azeite de dendê da África, em transação com a Malásia, está no meio como lavagem de capitais.

Manchete de 10/08 da versão digital de El Nacional, periódico venezuelano: “Nicolás Maduro se aferrolha ao poder na Venezuela enquanto os cidadãos navegam entre a indignação e o temor”

Detidos no Haiti em 2016, dois sobrinhos traficantes da primeira-dama venezuelana, levados à prisão em Nova York, abriram o bico. Um deles chama Maduro de “meu pai”. Condenados, os “narcosobrinhos” foram em 2022 soltos, em negociação com Joe Biden, em troca de 7 reféns norte-americanos aprisionados por Maduro em Caracas.

A 28 de julho de 2024 este amigo a quem Lula da Silva estendeu tapete vermelho quando a convite visitou Brasília em maio do ano passado, perdeu no voto popular (3.316.142) para o candidato das oposições, Edmundo González (7.303.480).

As eleições presidenciais foram realizadas por pressão da Comunidade Internacional liderada pelos Estados Unidos, depois de acordo assinado em outubro de 2023 em Barbados. Maduro rasgou o acordo, razão porque ele e seus comparsas, incluindo empresários, desde janeiro sofrem sanções norte-americanas.

Esse “socialismo” de araque chavista seria risível, cômico. Não fosse trágico, ultrapassado, démodé.

Cômico neste 2024, se não fosse trágico e ridículo, é o alinhamento do presidente do Brasil com o regime chavista, tido por instituições internacionais como um narcoestado.

  • Cúmplices dos movimentos sociais.

Setores do Movimento Negro e demais de movimentos sociais, de trabalhadores, feministas, LGBTQI+, indígenas etc., cooptados pelo lulopetismo e até lhe servindo na estrutura ministerial, são também cúmplices dessa miséria política.

Silvio Almeida, o pernóstico almofadinha em compotas que ganhou com Lula, por sua nulidade argumentativa e seu cabresto partidário, o cargo de ministro dos Direitos Humanos do Brasil, envergonha-nos por sua covardia não somente quanto à crise do país vizinho. É um zero à esquerda.

Há, entretanto, dois sujeitos baianos, em particular, serviçais do lulopetismo brasiliense, que mereceriam uma surra de gato morto e algumas lapadas em seus costados, por se dizerem representantes de gentes pretas.

O atual presidente da Fundação Palmares, dono do Grupo Olodum S/A, e seu “cumpanheiro” chefe de gabinete da ministra da Cultura Margarete Menezes, se transmutaram nos porcos da conhecida fábula de George Orwell Animal Farm (“A revolução dos bichos“).

Uma vez, com estardalhaço na imprensa, o primeiro acusou o segundo de roubo: desfalque de cheques de altas quantias destinados a shows do Olodum. Por um tempo desafetos, logo depois se ajeitaram entre si, possivelmente com o comando ideológico de seus chefes brancos das facções partidárias.

Hoje, de mãos dadas e dorso curvado, servem ao mesmo nhonhô eleito em 2022, com a ajudinha do do Superior Tribunal Eleitoral (STE). Lula é vassalo do chavismo; eles, gaiatos bobos da corte em troca de umas moedinhas.

Com Maria Rüpping em 2007, nas ruas de Venezuela, para tentar entender o que se passava no governo de Hugo Chávez

Essa canaille não me representa. Suspeito também não representar ao menos metade da população brasileira, pelo que pode-se deduzir da referida eleição brasileira de 2022.

  • Xi, Putin, Lula

Nesse ponto Maduro parece falar a mesma língua. Esbravejou desmascarando a lisura, transparência e checagem dos resultados nas eleições do Brasil, por urna eletrônica. Na Venezuela, disse, concomitantemente ao voto digital imprime-se um comprovante em papel para que o voto possa ser depois auditado – ao contrário das urnas brasileiras.

Aliás, foi o expediente que permitiu à oposição venezuelana – e instituições independentes, como o Centro Carter -, demonstrarem a fraude que o regime bolivariano, escudado pelo Conselho Nacional Eleitoral, o TSE de lá, controlado por chavistas, gostaria de perpetrar contra a democracia.

Razão porque, passadas duas semanas, omite os dados de totalização dos votos registrados nas atas em seu poder. Alega ter sido alvo de ciberataques em seu sistema de apuração. Sustentado por aliados como Lula, o regime ganha tempo.

Quer tornar a fraude um fato consumado. Em nome da “causa socialista”, isto é, “contra o imperialismo estadunidense”. Vladimir Putin e Xi Jinping garantem ser assim mesmo.