ALIAR A PESQUISA acadêmica dos Estudos Culturais e das Ciências da Comunicação à luta antiracista.
Este foi e tem sido o desafio constante do Etnomídia – Grupo de Estudos em Mídia e Etnicidades da Universidade Federal da Bahia, que neste 2017 completa vinte anos de criado na Facom-UFBA.

Maíra Azevedo, em pé, que faz sucesso como “Tia Má”, alçada ao programa “Encontro” da Rede Globo, é observada pela jornalista e pesquisadora Suzana Varjão (ao centro) e pela moderadora da mesa, Míria Cachoeira em evento na UFBA (foto: Danila de Jesus)
Para marcar a efeméride, a coisa ficou preta na Facom a 21 de março, Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial instituído pela U. N. (Organização das Nações Unidas).
Duas mesas de debates reunindo jornalistas e estudiosos do tema movimentaram o espaço universitário, permitindo que a UFBA não ficasse alheia à questão.
Clique para acessar o facebook, o twiter @etnomidiaufba e também o site do Etnomídia (versões atualizadas e mais antigas, desde 1998).
Saiba mais sobre o pensamento e a expertise de cada debatedor clicando nos links:
O reitor João Carlos Salles, o pró-reitor de Pesquisa e Inovação, Olival Freire Jr. e a pró-reitora de Ações Afirmativas e assuntos estudantis, Cássia Virgínia, saudaram o evento. Que contou na abertura com falas da diretora da Facom, Suzana Barbosa, e do diretor do sindicato dos técnico-administrativos, Antônio Bomfim.
ANTES DO ETNOMÍDIA em 1997 nenhuma universidade no Brasil abrigava formalmente qualquer grupo que fizesse a análise sistemática das relações entre a cobertura midiática e a manutenção, por parte dessa cobertura, dos estereótipos negativos de estratos sociais historicamente discriminados por sua condição étnico-racial.

Segunda mesa reuniu Sueide Kinté (esq.), Edson Cardoso (ex-Seppir), sob moderação de Ana Gualberto, observada por Suzana Varjão (foto: Ivana Flores)
Não significa que, por iniciativas individuais, estudiosos do campo das ciências sociais e humanas – a exemplo de Muniz Sodré, Solange Couceiro, Dilma Melo e Silva, João Baptista Pereira, Roger Bastide, Gilberto Freyre e até Nina Rodrigues – já não vinham há décadas debruçando-se sobre esse problema: o da ausência ou negatividade da presença do negro brasileiro na imprensa, rádio, cinema, TV, no livro didático.

A dançarina Joyce Santiago em performance no pátio da Facom: ela e o Grupo de Capoeira Porto da Barra abriram a atividade (foto: Ivana Flores)
O Etnomídia é um grupo pioneiro, pelo qual passaram vários estudantes que atuam hoje no mercado de mídia, alguns tendo fundado organizações congêneres, como o Mídia Étnica.

Alguns dos integrantes atuais do Etnomídia-UFBA, graduandos e pós-graduandos, estes da pós-graduação em cultura e sociedade (Poscult-IHAC), onde o grupo está abrigado (foto: Ivana Flores)

Da dir. para a esq., Antonio Bomfim, diretor do sindicato dos técnico-administrativos, ao lado da diretora da Facom, Suzana Barbosa, saúdam os participantes na tarde de 21/03/17, em foto de Ivana Flores
Tem aberto e ampliado referenciais de discussão teórica panafricanista e orientalista, além de afrobrasileira, numa universidade engolfada por uma epistemologia eurocentrada.
Ao longo de duas décadas empreendeu projetos de pesquisa como, entre outras, “Olhar étnico sobre a mídia”, “Mapeamento dos guetos musicais da Bahia”, “Faces do Brasil” e “Juventude negra e epistemicídio”.
midia e misoginia também. mídia e homofobia também. mídia acompanha a média = a mediocridade. Exemplos: luta de boxe (qual papel da mulher? segurar placa de round usando um biquini.) corrida de formula 1, de moto, do que quer que seja (qual papel da mulher? segurar guarda-sol/ guarda-chuva vestida de coelhinha ou coisa parecida, cheia de msgs do patrocinador). Programas dominicais (papel da mulher? Ficar dançando de biquini ou roupinha sexy ao fundo). Isso referente à mulher. Agora podemos fazer uma tabela de qual papel da pessoa negra nos programas divulgados na TV, E todos os outros. Nossa cultura é, sempre foi, e demorará muito para não ser escravocrata, homofóbica, racista etc etc, até que as pessoas aprendam a lavar as suas próprias privadas (citando Duvivier).