Trecho do registro de Boletim de Ocorrência para apuração de racismo na cúpula da UFBA

Na manhã deste sábado José Roberto Severino e Leandro Colling, professores caucasianos da Universidade Federal da Bahia à frente do colegiado do Programa de Pós-Graduação em Cultura e Sociedade (Poscultura), foram denunciados por este escrevinhador pela prática recorrente de racismo institucional, mediado pessoalmente por ambos.

Define Jones, J. M. no livro Prejudice and Racism, de 1997:

“O racismo mediado pessoalmente inclui atitudes sociais específicas inerentes à ação preconceituosa (raciocínio preconceituoso) pressupostos diferenciais sobre habilidades, motivos e intenções de outros, de acordo com a discriminação, ações e comportamentos diferenciais em relação aos outros de acordo com a raça), estereótipos, comissões e omissões (desrespeito, suspeita, desvalorização e desumanização).”

Compete agora à Delegacia Especializada de Combate ao Racismo e Intolerância Religiosa (Decrin) da Polícia Civil da Bahia determinar se fará diligências para apurar os fatos comunicados pelo autor destas mal-traçadas, professor Titular que leciona, pesquisa e orienta mestrados e doutorados no Poscultura desde 2005.

A decisão de recorrer à Polícia foi o último recurso, visando tipificar de racismo reiteradas atitudes daqueles elementos, em prejuízo de direitos deste autor.

Fato determinante ocorreu semana passada. Eles usurparam prerrogativa exclusiva do professor responsável pela disciplina “Os intelectuais e a produção da cultura” na seleção de “alunos especiais” interessados em cursá-la nesse semestre.

Severino e Colling autorizaram divulgar no site da UFBA lista de nomes de selecionados na disciplina, à revelia deste escrevinhador, responsável pelo componente acadêmico. Ato sem respaldo e arbitrário que atropela as regras expressas no edital de seleção, que determinam:

“II – INFORMAÇÕES SOBRE A SELEÇÃO- De acordo com Normas Internas, a forma e os critérios de seleção para cada componente curricular ficam a cargo do/a professor/a responsável.”

Severino, esq,e Colling podem responder por racismo institucional na Decrin:corporativismo acadêmico os tem protegido

    Não é a primeira nem única vez que a dupla, agindo de forma mancomunada, tenta subestimar, boicotar ou ignorar a autonomia de docência garantida a este professor do programa. Em prejuízo da estabilidade psíquica-emocional de quem toma por alvo.

    Leandro Colling já tentou cacifar com o título de mestrado uma orientanda sua que ainda estava com os créditos disciplinares pendentes. Ele permitiu que a mesma defendesse em banca, por ele presidida, a titulação de “master degree“, sabendo que praticava uma fraude.

    Fraude que somente veio à tona no semestre seguinte, quando a aluna matriculou-se em matéria obrigatória visando cobrir, mesmo já titulada, o componente que restava. Entretanto ela perdeu, por falta – não por nota.

    Como a farsa de Colling prejudicava em muito a estudante, ele e Severino articularam nos porões uma forma não prevista em Regimento da PósGraduação da UFBA para empurrar goela abaixo da instituição o título indevido. Em desrespeito a este professor, eles aprovaram a estudante, rasgando a reprovação por falta.

    Dada ciência por ofício à Pró-Reitoria do absurdo que eles buscavam normalizar, abriu-se processo apuratória naquela instância. O resultado, depois de meses de apuração, cassou o título de mestrado da orientanda, vítima das taras de Colling.

    Há cerca de 10 anos se sucedendo na coordenação e vice-coordenação do Poscultura, Severino e Colling já responderam questionamentos deste escrevinhador em outras esferas institucionais superiores – seja a Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa, seja no Ministério Público Federal.

    Em meados de 2024 negaram solicitação de apoio a missão acadêmica que este autor faria a Angola, a convite de uma faculdade daquele país. Negativa também sem respaldo em edital, do próprio Poscultura, de aplicação de recursos de verbas públicas distribuídas pela Capes/MEC à pós-graduação (Proap).

    Não raro essas verbas, a cada ano, vai para os beneficiados de sempre – ativos ou não na docência e na pesquisa no Poscultura, caso deste autor há 20 anos. Severino e Colling, obviamente, na testa de quem recebe o dinheiro que eles mesmo controlam e selecionam a quem beneficiar.

    O tema foi levado por este escrevinhador em audiência solicitada ao Pró-Reitor de Pós-Graduação, que “lavou as mãos”. Alegou a “autonomia” na tomada de decisões da coordenação do colegiado do Poscultura.

    Parece ser o espírito de autoproteção entre os iguais característica sine qua non para a manutenção do status quo do racismo institucional.

    Recorrer à Polícia pode ser a única maneira de alertar gente mau caráter. Não podemos aceitar resignados atitudes e comportamentos racistas, mesmo de putativos “democratas” que ladram ser “antifascistas”, “antinazistas” e quejandos.

    Ainda menos na Universidade pública!