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Patológica, a necessidade de reconhecimento de um certo estrato de brasileiros. Particularmente um setor da intelligentsia. O brasileiro, coitado, é um carente inveterado.

Busca despudoradamente por reconhecimento. Ainda que provenha do “abominável” país capitalista simbolizado pelo Tio Sam, representação demonizada do neocolonialismo anglo-saxão.

Na era bolivariana-lulopetista de 2025, que se diz esquerdista, é ideologicamente politizada a simples premiação de uma atriz brasileira no Golden Globo Award® (“Globo de Ouro”), show-business da indústria do entretenimento do “imperialista” Estados Unidos da América.

US$ 800 é o valor da estatueta que ela e todos os premiados trazem para casa. E uma sacola com brindes estimados em US$ 1 milhão em presentinhos e mimos.

Não são os panetones das Obras Assistenciais Irmã Dulce que pagam a conta. O lucro de dezenas ou centenas de milhões de dólares do negócio, obtidos por direitos de transmissão e outras franquias, who knows?

Cartaz de divulgação do filme “Encontro com o ditador”, baseado em fatos reais: o terror do regime “Khmer Rouge”

“Ainda estou aqui”, filme de Walter Salles Jr. , resenhei no Tik Tok e no Instagram @f.c_conceicao. Agrada esquerdistas de botequim, grêmios de faculdades e “gente cabeça” de redações de jornais. Também concorria, mas perdeu, como filme estrangeiro.

Supostamente trata da luta do “bem” contra o “mal”.

“Bem”: os que queriam subverter a ditadura militar pela luta armada – guerrilhas, sequestros, assassinatos.

Objetivo dos “do bem”: Implantar não uma democracia, mas sua própria ditadura marxista. “Ditadura do proletariado”, necessariamente sanguinária pela própria natureza, como pregam Engels e Marx no Manifesto do Partido Comunista, de fev. de 1848.

“Mal”: o regime civil-militar em vigor, implantado em abril de 1964 depois de golpe que destituiu o presidente eleito João Goulart (era vice de Jânio Quadros, que renunciou antes).

Regime ditatorial apoiado por instituições respeitáveis: intelectuais e Igreja inclusos. Veja bem: sem o suporte de grupos jornalísticos de peso, a exemplo da Folha de S. Paulo e da Globo, hoje produtora de “Ainda estou aqui”, o golpe teria vingado?

Desde 5 de janeiro deste 2025, depois do anúncio da vitória de Fernanda Torres como “best performance by a female actor in a motion picture – drama“, uma das 27 categorias do Globo de Ouro, a máquina de propaganda para-oficial, que inclui o aparato da mídia “do bem” e um enxame de inocentes úteis, trata a merecida distinção à atriz brasileira como se o país tivesse conseguido superar suas misérias reais e seu destino entrópico.

  • A FACE REAL DA LOUCURA MARXISTA

Fala sério! Quer saber do outro lado da abordagem político-ideológica, ainda na esfera da arte fílmica?

Recomendo que levante a bunda do sofá e vá ao cinema mais próximo assistir “Encontro com o ditador”, docudrama franco-cambojano originalmente intitulado “Rendez-vous avec Pol Pot” (2024).

Interessa a jornalistas e estudantes de jornalismo, assim como os chamados “formadores de opinião”, que não podem alegar desconhecimento com os fatos ali representados.

O filme é adaptação de livro da jornalista Elizabeth Becker, When the War Was Over: Cambodia and the Khmer Rouge Revolution. Ela, ao lado de outro jornalista e de um acadêmico escocês marxista de carteirinha, estiveram no Camboja, a convite de Pol Pot, que pretendia usá-los em sua propaganda para o Ocidente.

Viram in loco as irracionalidade e disfuncionalidade do regime ditatorial esquerdista do partido Khmer Rouge.

O filme descreve o sufoco, inclusive da profissão de jornalista. A covardia do acadêmico, intelectual cego, acrítico. Alienado pela cartilha do Partido, pela ideologia que cultua como uma maria-vai-com-as-outras, sem atentar para os fatos reais à sua volta. Tornou-se isso tão comum hoje em dia…

O período, a partir de 1978, do recrudescimento do conflito entre as lideranças dos partidos marxistas do Camboja (rebatizado Kampuchea) e do Vietnã.

Verdadeiro massacre genocida, sanguinário contra seu próprio povo infligido pelo regime em nome da “boa causa” comunista, tida como “superior”.

Figuras sinistras como Stalin, Hitler, Mao, Pol Pot – e aqui perto e contemporaneamente o amiguinho de Lula, Nicolas Maduro – assassinam movidos por seus ideais, aniquilando qualquer obstáculo contrário.

“Encontro com o ditador” é dirigido por Rithy Pahn, também co-roteirista. Nascido no Camboja, conseguiu sobreviver e escapar em 1980 ao terror ideológico daquele país do sudeste asiático, para aprender marcenaria e carpintaria na França. Abandonou essa profissão para tornar-se cineasta.

Estava, ou ainda está como “Ainda estou aqui”, indicado para representar o Camboja como “melhor filme de língua estrangeira” na nomeação das obras que disputam o Oscar. A maior premiação da indústria cinematográfica mundial, a que todos – menos Glauber Rocha, s.m.j., rendem-se.

Torço para Fernando Torres faturar também aquele prêmio em fevereiro. O Planalto, o STF e o Congresso estenderão o Carnaval por mais 15 dias.

A gente cá embaixo, em meio às “balas perdidas”, cai no samba! Faz churrasco na laje com picanha regada a cerveja bem gelada!